É
interessante como os grandes cantores e produções internacionais “descobriram”,
depois da crise de 2008, a América Latina. Primeiramente, é interessante
lembrar que agora os gringos finalmente compreenderam que América não engloba
apenas os gigantes Estados Unidos e Canadá. Terceiro mundo passou a ser
denominado como “em desenvolvimento” e o Eldorado voltou a ser cogitado como
possível. México, Brasil e Argentina fazem parte das turnês dos grandes
cantores, isso porque eles compreenderam que existiam uma legião de fãs que não
tinham a oportunidade de ir a um show deles em seu país, a não ser que fossem
para a América (a de lá de cima), Europa (somente o oeste), Ásia (na Ásia, ate
pouquíssimo tempo atrás, só existia o Japão) e a Oceania (que era o continente
da Austrália, dos cangurus. Mas graças ao Jaca Paladium, da TV Colosso,
descobri que existia a Nova Zelândia).
Madonna, U2, Iron Maiden, Guns ‘n Roses, Cirque Du Soleil
e até espetáculos da Broadway já vieram para a terra dos tupinambás curumins. Durante
a crise, num curto intervalo de tempo, passamos a ser civilizados: existem
carros em nossas ruas, onde antes de 2008 só existiam congestionamentos de
macacos que se enroscavam em meio a tantos cipós. E o melhor: somos um plano B
infalível: ingressos esgotam em questão de horas ou dias, por mais que eles
ultrapassem o valor do salário do mínimo. E os shows estão sempre cheios: uma
apresentação com um público inferior a 40.000 pessoas é considerada um
fracasso. Porque “mim deseja dançar Like
a Virgin na tribo Waka Taia, no meio da Amazônia”.
“Qual é Rio, estan
listos?” Bom, pelo menos foi o que perguntou Madonna no show da MDNA Tour
realizado em dezembro do ano passado no Rio de Janeiro. Em terras tupiniquins,
a diva de Vogue realizou quatro shows e faturou milhões. Vale lembrar, que os
ingressos ultrapassavam os R$850,00. Em todos os lugares em que a turnê passou
(incluindo os EUA, Canadá e Inglaterra) foi no Brasil onde ela mais
arrecadou. E o que dizer então da 360°
do U2, que até fez uma homenagem às vítimas daquele massacre em Realengo? It’s brasilian business, bit***.
Bom, se eles fazem shows com ingressos tão caros e ainda
sim os espetáculos ficam lotados, pode ser agregada a decorrência do aumento do
poder de compra dos guaranis tupis. Será que agora seremos aptos a sermos
considerados como país de primeiro mundo? Já somos dignos de ter a sonhada
cadeira permanente lá na ONU? E os nossos interesses, começarão a ser levados
em consideração? A produção dos melhores alimentos mundiais se voltará para
atender a nossa demanda? Alguém pode responder? Por que ouço barulho de grilos,
não nos tornamos civilizados?
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