quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Na boca do povo, em qualquer esquina: Eu sou o Samba!



           O samba é o ritmo envolvente e sensual que domina os carnavais do Brasil. E as festas da faculdade. Ah, não podemos esquecer que ele é unânime nos churrascos, plano de fundo das vitórias de nossos times (principalmente as do Atlético-MG) e som que embala nossas noitadas. Enfim, não é possível imaginar em um momento alegre em que o samba não esteja ali, mesmo que discreto, tocando e animando todas as ocasiões de celebração.
            O máximo que eu consigo dançar são os típicos dois passinhos pra lá e dois pra cá. Muito aquém do show que nossa incrível rainha e musa do Enegrecer consegue fazer. Sambar é uma arte, um dom que parece ser inato a muitas pessoas (infelizmente eu não fui gratificado com essa dádiva). O que não devemos deixar de enxergar, é que ele é muito mais que isso: ele é a perpetuação da cultura negra, que corre nas veias do brasileiro miscigenado.
            Esse som viciante tem origem nas danças e cantos africanos, mas que surgiu no Brasil. Sim, o samba é nosso! E por mais que os japoneses tentem (e acredite: eles estão tentando), jamais conseguirão nos alcançar.  Hoje, o samba é a principal fonte de renda de muitas famílias. Os cantores precisam de inúmeros funcionários para que os espetáculos sejam realizados, os “barracões” das escolas de sambas ficam cheios durante todos os  dias do ano. São milhares de costureiras, decoradores e carpinteiros que trabalham incessantemente para que, nos dias de Carnaval, o espetáculo seja exposto ao mundo pelas passarelas do samba. Dentre elas, destaca-se a Marquês de Sapucaí (RJ), onde meros mortais de todas as nacionalidades e gostos ambicionam poder ter a glória de assistir, ao menos uma vez em toda a sua vida, uma noite de desfile.
            Por mais difícil que seja, existem aqueles que não curtem o samba. Sinceramente não sei como conseguem, mas respeito. Só não acho certo menosprezar os cantores e bandas que tocam esse ritmo. Recordo-me vagamente de um grupo de samba que fez uma homenagem aos Beatles, tocando uma música dessa banda naquele ritmo. Eles fizeram isso a pedido de um programa de TV, que transmitiu a homenagem num domingo à noite. Logo após a exibição, choveram nas redes sociais comentários de intolerância, alegando que era uma ofensa um grupo nacional ousar cantar Beatles, a lenda do rock. A estes infelizes que se escondem por detrás de perfis na internet, deixo aqui minha opinião: John Lenon deve ter se retorcido na sepultura tentando dançar “Help” na versão samba. Quiçá Paul McCartney tenha cogitado fazer um dueto com eles (por que não, ele não irá tocar aqui no Brasil nesse ano?) em um show ou até em um cd.
            Para sambar na cara de todos aqueles que não gostam de samba, só me resta lembrar o pedido que um sábio há muito tempo atrás já havia nos pedido: “Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar...”.  Eu cumpro minha parte cantando (até isso eu faço mal, mas em relação a dançar, sou melhor cantando) e você, como perpetua o samba? Não sabe? Levanta-se então e venha comigo para a gafieira!

Cris Araujo, membro do Enegrecer UFJF.

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