Frente ao que nos foi exposto no primeiro episódio do “Suburbia”, novo seriado da Rede Globo, temos a obrigação de fazermos menção a nossa posição quanto ao mesmo, assim vislumbremos um trabalho diversificado, com atores e talentos inéditos, e uma musicalidade típica da periferia, em que mostra-nos a realidade do negro na sociedade, embora de maneira estereotipada, já que os autores (Paulo Lins e Luiz Fernando Carvalho) enfatizam a mulher negra como objeto sexual e inicia o seriado com crianças negras assaltando turistas. O Enegrecer UFJF deparado a este segunda ocorrência, enxerga que a referida poderia ser mais bem executada, a fim de não maximizarmos a imagem do negro como ladrão, drogado e bandido, e sim trazer para o público, o negro da festa, da alegria, do trabalho e da luta, como o autor o fez na parte que o renomado crítico sambista Haroldo Costa evidencia um povo que não abre mão da música, da coragem e da fé inabalável da pequena menina que sai de sua terra aos 12 anos para enfrentar o novo, o exótico Rio de Janeiro e ficar a mercê de sua própria sorte.
No mais, ainda é cedo para tecermos uma conclusão prévia, contudo, “Suburbia” expõe-nos as dificuldades do negro em afirmar-se na sociedade, em que pode- se verificar, com a menina sendo preza injustamente, tendo que subordinar-se como doméstica em uma família, a qual mal conhecia, não que esta não seja uma profissão digna de respeito, mas como menina, ela deveria estudar, brincar e auxiliar nas tarefas domiciliares, porém a protagonista Conceição (Erika Januza), em nenhum momento teve a oportunidade de ser criança, o que explicita-nos as dificuldades que a vida impõe para negras e negros, visto que, os mesmos não tiveram auxílios e políticas que abarcasse e compreendesse seus anseios e direitos, e para finalizar, o “Suburbia” mostra Conceição, sendo estrupada pelo seu patrão.
Deste modo, embora os autores sejam brancos, manifestaram a realidade do negro, deram oportunidades para atores desconhecidos a fim de ter coração e alma na trama, bem como fazem denúncias aos sofrimentos dos negros (as), não tendo em si uma beleza permeada pelos parâmetros da beleza branca, dito de outro modo, os cachos e a beldade negra é sempre evidenciada, porém, deixa a desejar, uma vez que, poderia explorar os lados positivos que o negro possui e não, potencializar as imagens negativas de um negro sinônimo de violência, bandidagem, sofrimento e símbolo sexual. Em suma, esperaremos os próximos capítulos para fazermos o fechamento da análise do “Suburbia”, assim desejamos ver adjetivos positivos aos negros e não cadeiras cativas unicamente às atitudes que ferem a integridade dos negros e a moralidade dos moradores da periferia brasileira.
Enegrecer Ufjf
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