Você
tem personalidade ou é apenas mais um escravo da padronização social?
Deparamos-nos
diariamente com pequenos fatos e situações que, se pensadas e analisadas
juntas, indicam o monstruoso e angustiante ciclo pelo qual o ser humano está
inserido: o da padronização. Quando
vamos a alguma loja, o vendedor numa tentativa de nos vender e garantir sua
cota e comissão, utiliza do seguinte recurso, que parece infalível: - “Isso está vendendo muito!” ou “- Está todo mundo usando”. Se estiver
na dúvida entre comprar ou não, ouvindo isso, você provavelmente passa o cartão
e leva o produto pra casa, neh?
Mais
recentemente, li um desabafo de um amigo que foi interpretado como mesquinho ao
pedir, em uma grande rede de fast food, um simples sorvete de chocolate com
calda de morango. Ele não queria outro sabor, queria aquele. Entretanto, seu
desejo de saborear tal iguaria foi frustrado pelas cruéis palavras da
atendente: “- Senhor, esse sorvete não
pode ser feito, não é um modelo padrão de nosso cardápio. Para cobertura de
morango, você deve pedir a casquinha de baunilha.” Por incrível que pareça,
foi lendo este drama vivido por ele, que me questionei se devemos ambicionar
apenas pelo o que está ao nosso alcance e se não devemos lutar pelo o que
queremos, mesmo que seja algo que faça sentido apenas para a gente.
Tem que
ser isso, ter aquilo, frequentar aqui, ali... Mas e se eu não quiser me
encaixar a nenhum padrão? Não estou (e nem quero!) induzir ninguém a se tornar
um hipster. Até porque estes também seguem um padrão: fazem o oposto do que a
sociedade atualmente faz. Se a sociedade quer ser magra, eles então viram
barrigudos, se estão comprando carros, eles pedalam... E agindo de maneira
oposta, eles acabam em formar um movimento padrão, sem personalidade,
autenticidade e causa alguma: o do oposto.
Devemos
nos lembrar que são as diferenças que nos tornam especiais. Já imaginou como
seria entediante viver em uma sociedade onde todos tem o mesmo corte de cabelo,
vestem as roupas de determinadas marcas e modelos ou que vão sempre aos mesmos lugares? Ah, eu já
estava me esquecendo: TEM QUE SER magro e jovem acima de tudo!
O que
eu quero deixar claro é que não é necessário atender as expectativas da
sociedade. Você precisa seguir o que VOCE quer, sem necessariamente se
preocupar com o monstro detonador de vida social chamado “aceitação”. Não quer
fazer faculdade para ir desbravar o mundo estilo mochilão, vá! Quer vestir uma
roupa que ninguém usa, vista! Quer falar o que ninguém tem coragem de falar,
fale! Você tem o mundo e a sua vida inteira para isso! Afinal de contas, do que
adianta atender as expectativas dos outros e ser infeliz consigo mesmo?
Olhe no
espelho e se sinta bem consigo mesmo! Gordo ou magro, negro ou branco, malhado
ou não, com rugas, cheio de estrias, cabelos brancos, rico ou pobre... Isso
tudo não importa, apenas se ame do jeito que você é! Acredite, você nunca
estará sozinho! Porque, por incrível que pareça, também existem pessoas que não
se deixaram cair no pecado da padronização.
Aceite
suas diferenças, viva bem com isso e faça com que OS OUTROS ( que querem ser
iguais) aprendem a te respeitar pelo o que você é e do jeito que você quer ser.
Afinal de contas, quem manda na sua vida? Quem é dono da sua felicidade? Isso
mesmo caro leito, VOCE! Você é único e especial, e não deve ser tratado pelas
outras pessoas, e principalmente por você mesmo, como uma pessoa comum,
qualquer. Até porque, és muito mais que isso!
Se por
algum momento você acreditar que não deve seguir o que você é, lembre de que
se Martin Luther King se conformasse de
que os negros eram inferiores aos brancos, ou se Zumbi dos Palmares aceitasse a
realidade que lhe era imposta sem reivindicar, se Santos Dumont acreditasse que
nunca o homem poderia voar ou se Princesa Isabel se preocupasse com seu status
social e não com o povo, dificilmente estas pessoas seriam lembradas e estudadas
nos tempos de hoje, não é mesmo? Afinal de contas, eles mudaram a forma de se
pensar e agir justamente pelo choque de terem escancarado ao mundo as suas
diferenças e de acreditarem em seu potencial, mesmo quando tudo conspirava
contra. Just think about it!
Deixo,
como sugestão, uma canção que retrata muito bem essa realidade da padronização
e da dificuldade de nos aceitarmos do jeito que somos. Por isso, se você já leu
até aqui, não custa nada clicar no link, ouvir e enfim, ser feliz!
http://www.youtube.com/watch?v=O6WSkdHRqQs
E
lembre-se: seja você!
Cris
Araujo
Adorei, texto ótimo!,
ResponderExcluirPOVO NEGRO LINDO, POVO NEGRO FORTE, NÃO TEME A LUTA, NÃO TEME A MORTE!!!!
Natália Lima
Cris, há alguns dias queria comentar seu post. Obrigado por se inspirar em algo que fiz como referência. Luto para que o mundo seja melhor, que as pessoas tenham mais dignidade para viver, que o preconceito seja extinto, que o amor prevaleça. E que acima de tudo, vivamos a paz.
ResponderExcluirwww.julianoazevedo.blogspot.com