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http://enegrecer.blogspot.com.br/2012/09/nota-do-coletivo-enegrecer-sobre-as.html
Coletivo Nacional de Juventude
Negra – Enegrecer entidade do movimento negro de âmbito nacional que se
constitui como espaço autônomo de articulação e formação política, organizando
em seu interior jovens negras e negros vem por meio desta nota apresentar seu
apoio e o compromisso de nos engajarmos para eleger Margarida Salomão (PT)
prefeita de Juiz de Fora.
As eleições municipais deste ano em Juiz de
Fora nos apresenta como novidade a possibilidade concreta de elegermos uma
candidatura que sintetiza as demandas históricas do movimento popular da nossa
cidade. A candidatura da professora Margarida Salomão vem acumulando apoios dos
mais diversos segmentos do movimento social, desde o movimento de
trabalhadoras(es), de mulheres, passando pelo agentes culturais, movimentos de
vilas e bairros, movimento negro e outros tantos que juntos depositam suas
esperanças na construção de uma Juiz de Fora a altura da dignidade do seu povo.
Nos últimos anos a sociedade
brasileira vem passando por significativas mudanças que apontam para uma nova
trajetória na relação do Estado com sua população avanços estes frutos da forte
presença dos movimentos sociais na disputa por uma sociedade cada vez mais
democrática e socialmente referenciada. Ainda que estejamos longe de
vivenciarmos hoje as conquistas que tanto almejamos não fechamos nossos olhos
para os avanços alcançados.
Resultado de importantes formulações
e mobilizações do movimento negro brasileiro, nos últimos anos avançamos
na conquistas de novos direitos que
reconhecem e potencializam a condição étnica do nosso povo, principalmente dos
negros,negras e indígenas. Conquistas como a aprovação do estatuto da igualdade
racial (mesmo com seus limites) da lei que reserva vagas para afrodescendentes
nas universidades publicas assim como uma política sustentável de aumento do salário
mínimo que vem repercutindo com grande impacto na classe trabalhadora, cada vez
mais vem responsabilizando o Estado brasileiro com políticas que visam reparar
distorções históricas.
Entretanto Juiz de Fora não tem
acompanhando essas importante transformações que hoje vive o Brasil. Nos
últimos anos nos deparamos com gestões que uma após a outra evidenciaram seus
compromissos com o conservadorismo, com a especulação imobiliária e rentista e
que nega a participação popular na construção das políticas publicas com
especial atenção para a nossa juventude. Principais vitimas da violência urbana os jovens negros estão entre
aqueles/as que lideram os índices dos que vivem em famílias pobres e dos que
recebem os salários mais baixos do mercado. Encabeçamos também a lista dos
desempregados, dos analfabetos, dos que abandonam a escola antes do tempo e dos
que têm maior defasagem escolar.
As distâncias que separam negros de brancos, nos campos da educação, do
mercado de trabalho ou da justiça, entre outros, são resultado não somente de
discriminação ocorrida no passado, da herança do período escravista, mas também
de um processo ativo de preconceitos e estereótipos raciais que legitimam,
cotidianamente, procedimentos discriminatórios. As consequências da permanência
das desigualdades raciais são dramáticas para a juventude negra.
Quando reitora da UFJF Margarida
Salomão aprovou importante política de cotas raciais/sociais que hoje respondem
por uma universidade concatenada com os reais interesses do povo pobre e negro
de Juiz de Fora e das cidades da região, como prefeita confiamos que sua
ousadia e seu compromisso com um projeto democrático e popular de cidade irá
dialogar com os interesses históricos do povo negro.
A luta pela igualdade racial e o combate ao racismo assim como políticas
públicas que visam garantir cidadania a juventude negra encontra no projeto de
desenvolvimento local uma importante espaço de contribuição na implementação de
estratégias alternativas de desenvolvimento.
Políticas que potencializem as
múltiplas vocações da juventude negra da nossa cidade com o objetivo de
garantir autonomia economia e combater o racismo institucional, investimentos
em aparelhos culturais e esportivos nas periferias da nossa cidade,
implementação da lei 10.639 que versa sobre o ensino da historia da África e
dos afrobrasileiros nas escolas publicas assim como a importante reorientação
dos agentes de segurança no tratamento com os jovens negros, são algumas das
ações que compreendemos que somente Margarida reúne as condições de realizar.
Para a juventude negra é de grande interesse integrar este processo que
não se encerra ao fim das eleições, pois compreendemos nele uma importante
arena de luta pela transformação social e de articulação com outros segmentos
sociais marginalizados.
Confiamos em Margarida para juntos construirmos uma Juiz de Fora cada
vez mais com a cara do seu povo.
Coletivo Nacional de Juventude - Enegrecer
Marcadores:
Combate ao Racismo
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