segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A MÍDIA COMO PROMOTORA DE ENCONTROS: Rediscutindo a Influência do Brasil em Angola

          Angola e Brasil: como é possível ambos terem tantas semelhanças e relações entre si? Dois países separados por um oceano, nações que se localizam em continentes completamente diferentes: de um lado se encontra a América do Sul e do outro a África. Países com perspectivas diferentes, no qual um povo lança o olhar sobre o outro ficando inevitável notar as similaridades. A resposta é simples, Angola e Brasil estão ligados historicamente por um passado colonial, os dois povos foram colonizados por Portugal e têm em “comum à semelhança cultural e a língua portuguesa”. (BARBOSA, 2008). A cultura brasileira possui raízes no continente africano, temos o exemplo na culinária da feijoada, do angu, do azeite de dendê, entre outros; na linguagem, a palavra “samba” – que remete a uma das danças típicas do Brasil – tem origem no termo “semba”, que significa umbigo em quimbundo [1]; na musica alguns instrumentos têm origem africana como o berimbau e o tambor. A religiosidade também se insere nesse contexto,” o congado é uma manifestação religiosa/cultural (...) que tem como fundamento a fé em Nossa Senhora do Rosário e em outros santos protetores dos negros” (SANTOS, 2011).
 
Miss Universo 2012 
angolana
 
         Nos tempos atuais, com a globalização - “processos que enfatizam a interdependência a nível mundial nos campos econômicos, políticos e cultural” (SOBRAL, 2004) - e suas consequências manifestadas pela mídia, tem-se mudado um pouco o olhar do mundo sobre o continente africano, mostrando assim uma visão mais realista do continente. A Globalização será entendida como um processo de aprofundamento e integração econômica, social, cultural e política, que permite a comunicação dos países do mundo e um grande aumento das tecnologias de informação, originando assim forte intensificação de comunicação intercultural entre os mais diversos países (ESCARIÃO, 2006) e no presente caso, Angola e Brasil.



Falar sobre globalização não implica somente falar de informação, mas também sobre a mídia e o seu papel enquanto agente de difusão e promoção de encontros culturais. Dessa forma podemos afirmar que existe um encontro cultural entre Angola e Brasil, sendo que desse encontro resultam choques, em função da aceitação e ou negação de valores, hábitos e costumes, estranhos ao angolano. Estranho, adota aqui o sentido de diferente, pelo que acrescentamos que embora haja essa proximidade entre os países, muito se desconhece, e inúmeras são as diferenças. A “África” está deixando de ser apontada única e exclusivamente como foco de problemas sociais, políticos, étnicos e econômicos para ser vista como um continente que tem potencial em vários aspectos, sendo o mais importante, o de um mercado a ser atingido.  Com base no exposto, ”é notória a audiência das telenovelas brasileiras nos países africanos, sobretudo nos países de Língua Portuguesa” (BARBOSA, 2008, p.8). Muitas têm sido as emissoras de TV, que tem instalado centrais de produção em territórios africanos, com o objetivo, o explícito objetivo de difundir a informação. Após análise cuidada, também se percebe que de modo concomitante, são alterados padrões de vida, hábitos e costumes, dentre outros.
 
 

            O Brasil tem inserido-se cada vez mais perante a sociedade angolana. A televisão brasileira tem sido um forte instrumento de influências, levando um pouco do Brasil para Angola. Em Angola contamos com duas grandes emissoras brasileiras: a Rede Globo Internacional e a Rede Record,” a República de Angola tem aproximadamente 12.500.000 habitantes e a Província de Luanda conta com cerca de quatro milhões de pessoas. Grande parte da população tem acesso á programação da Rede Globo Internacional, captada via antena parabólica” (BARBOSA, 2008). Com a transmissão dos programas brasileiros e principalmente as telenovelas, a sociedade angolana tem se espelhado cada vez mais na cultura brasileira. O questionamento sobre a influência do Brasil em Angola surge da necessidade de compreender como países historicamente próximos e ao mesmo tempo, geograficamente longínquos, possuem tanta semelhança entre si.

No caso de Angola e do Brasil, a comunicação torna-se mais viável por compartilharem o mesmo idioma, facilitando assim este contato intercultural. Partindo dessa premissa, julgamos que a “influência brasileira em angola hoje, se dá pela telenovela porque é o produto mais consumido” (PAULO, citado por BARBOSA, 2008), sendo tal influência facilmente perceptível na linguagem falada, nas vestimentas e na própria inserção social. Outros traços que denotam a referida influência dizem respeito à mobilização das pessoas em torno das novelas, fato que obrigou as emissoras de televisão a apostarem cada vez mais no mercado angolano. A grande interação promovida pela mídia, fez com que Angola e Brasil, se aproximassem a velocidade do “clique”, promovendo assim, o surgimento da comunicação intercultural e subsequente assimilação de hábitos, costumes e releitura cultural. Os programas brasileiros têm grande audiência em Angola, temos o exemplo das telenovelas, futebol, carnaval, dentre outros, que além de recriarem, tem estado a promover tendências em termos de moda. (BARBOSA, 2008).
 
 
Porta bandeira da Vila Isabel- Rj 2012 ,
em homenagem as mães  angolanas


Os Angolanos, sobretudo os jovens, se interessas pelo Brasil, seus  costumes, hábitos, tradições, crenças e estilos de vida e em maioria acabam adquirindo ou adotando certas condutas  e posturas “(... )A telenovela não tem como prioridade educar, contudo sabemos que possui grande influência no comportamento dos seus telespectadores. Os usos, costumes, e situações vivenciadas na telenovela, com muita frequência saem da ficção e ganham espaço na realidade. É assim com a moda, com o vocabulário” (BARBOSA, 2008). O aspecto acima exposto remete a ideia que a “ televisão tem exportado a cultura brasileira para os angolanos como também tem sido um instrumento de controle de opnião pública e de influencia a mentalidade do povo que quanto menos esclarecido mais influencia recebe da mesma” (ABEL,2009)

Sem pretender colocar juízo de valor, julgamos que é muito bom conhecer novas culturas, conhecer outros pontos de vista, mas é imprescindível ter cuidado para não supervalorizar os hábitos culturais de outrem e esquecermo-nos dos nossos. A ideia anterior pode ser melhor entendida se pensarmos em alguns comportamentos transmitidos pela TV, o comportamento dos jovens, principalmente. Concordo com Luciene Cecilia quando expõe que “ (...) a relação entre pais e filhos no Brasil é muito permissiva, algumas vezes desrespeitosa. Isso vai contra os princípios da tradição africana, uma vez que uma das primeiras regras é o respeito pelos, mas velhos, coisa que ultimamente tem se perdido na nossa cultura ocidental”, (Ana e Monica, citadas por BARBOSA, 2008). Em Angola, em função da forte presença da tradição, este comportamento é censurado.
Jovens angolanos dançando Kuduro

O que esperamos da sociedade angolana é que não incorpore demais a cultura brasileira e que não deixe de lado as suas raízes, os seus traços culturais e os seus costumes. Em meio a tantas diferenças e semelhanças percebemos que Angola e Brasil conseguem se unir em vários aspectos, levando assim enriquecimento e diversidade cultural a ambos.
 
 

 
 






 
 
Companheira Adalgisa Gizela Barroso Pereira,
angolana, estudante de direito da Universidade Federal de Juiz de Fora.
 
 

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

SUBURBIA


Frente ao que nos foi exposto no primeiro episódio do “Suburbia”, novo seriado da Rede Globo, temos a obrigação de fazermos menção a nossa posição quanto ao mesmo, assim vislumbremos um trabalho diversificado, com atores e talentos inéditos, e uma musicalidade típica da periferia, em que mostra-nos a realidade do negro na sociedade, embora de maneira estereotipada, já que os autores (Paulo Lins e Luiz Fernando Carvalho) enfatizam a mulher negra como objeto sexual e inicia o seriado com crianças negras assaltando turistas. O Enegrecer UFJF deparado a este segunda ocorrência, enxerga que a referida poderia ser mais bem executada, a fim de não maximizarmos a imagem do negro como ladrão, drogado e bandido, e sim trazer para o público, o negro da festa, da alegria, do trabalho e da luta, como o autor o fez na parte que o renomado crítico sambista Haroldo Costa evidencia um povo que não abre mão da música,  da coragem e da fé inabalável da pequena menina que sai de sua terra aos 12 anos para enfrentar o novo, o exótico Rio de Janeiro e ficar a mercê de sua própria sorte.




No mais, ainda é cedo para tecermos uma conclusão prévia, contudo, “Suburbia” expõe-nos as dificuldades do negro em afirmar-se na sociedade, em que  pode- se verificar, com a menina sendo preza injustamente, tendo que subordinar-se como doméstica em uma família, a qual mal conhecia, não que esta não seja uma profissão digna de respeito, mas como menina, ela deveria estudar, brincar e auxiliar nas tarefas domiciliares, porém a protagonista Conceição (Erika Januza), em nenhum momento teve a oportunidade de ser criança, o que explicita-nos as dificuldades que a vida impõe para negras e negros, visto que, os mesmos não tiveram auxílios e políticas que abarcasse e compreendesse seus anseios e direitos, e para finalizar, o “Suburbia” mostra Conceição, sendo estrupada pelo seu patrão.
 
Deste modo, embora os autores sejam brancos, manifestaram a realidade do negro, deram oportunidades para atores desconhecidos a fim de ter coração e alma na trama, bem como fazem denúncias aos sofrimentos dos negros (as), não tendo em si uma beleza permeada pelos parâmetros da beleza branca, dito de outro modo, os cachos e a beldade negra é sempre evidenciada, porém, deixa a desejar, uma vez que, poderia explorar os lados positivos que o negro possui e não, potencializar as imagens negativas de um negro sinônimo de violência, bandidagem, sofrimento e símbolo sexual. Em suma, esperaremos os próximos capítulos para fazermos o fechamento da análise do “Suburbia”, assim desejamos ver adjetivos positivos aos negros e não cadeiras cativas unicamente às atitudes que ferem a integridade dos negros e a moralidade dos moradores da periferia brasileira.

Enegrecer  Ufjf

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

JUVENTUDE VIVA!!

   Não queremos uma juventude inibida pelas diretrizes de um sistema capitalista, almejamos mais e mais negros nas Universidades, nos projetos cidadãos, na sociedade, uma juventude que não se esconda atrás dos obstáculos existentes, e sim os enfrente, porque juventude unida, presente e atuante é juventude VIVA!
 
 
 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

EU SOU PRETA!!!

Para quem curte arte e uma boa música!!
 

Preta (com Seu Jorge)

Daniela Mercury

Eu sou preta
Trago a luz que vem da noite
Todos os meus santos
Também podem lhe ajudar
Basta olhar pra mim pra ver
Por que é que a lua brilha
Basta olhar pra mim pra ver
Que eu sou preta da Bahia
Eu tenho a vida no peito das cores vivas
No meu sangue o dendê se misturou
Tenho o fogo do suor dos andantes
E a paciência do melhor caçador
Eu sou preta
Vou de encontro à alegria
Minha fantasia é mostrar o que eu sou
Vim de Pirajá cantando pra Oxalá
Pra mostrar a cor do alá de Salvador
Eu sou preta, mãe da noite, irmã do dia
Sou do Cortejo Afro encantador
Filho de Ilê Ayê, Ghandi Mestre Pastinha meu amor
Vou misturar o que Deus não misturou
Um abraço negro
Um sorriso negro
Traz. felicidade
Negro sem emprego
Fica sem sossego
Negro é a raiz da liberdade
Negro é uma cor de respeito
Negro é inspiração
Negro é silêncio, é luto
Negro é a solidão
Negro que já foi escravo
Negro é a voz da verdade
Negro é silêncio é a luta.
Negro também é saudade
Começou com a tal escravidão.
Onde todo o sacrifício era nas costas do negão
Hoje ta tudo mudado e o negro ta ligado.
Atrás de um futuro melhor considerado.
Respeito amor dignidade atitude.
Trabalho dinheiro cidadania e saúde.
E para o nosso país integração.
E para o nosso povo paz e união.
Preta.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Nota do Coletivo Enegrecer sobre as eleições municipais em Juiz de Fora.



Saiu no blog:

http://enegrecer.blogspot.com.br/2012/09/nota-do-coletivo-enegrecer-sobre-as.html
 

       Coletivo Nacional de Juventude Negra – Enegrecer entidade do movimento negro de âmbito nacional que se constitui como espaço autônomo de articulação e formação política, organizando em seu interior jovens negras e negros vem por meio desta nota apresentar seu apoio e o compromisso de nos engajarmos para eleger Margarida Salomão (PT) prefeita de Juiz de Fora.
       As eleições municipais deste ano em Juiz de Fora nos apresenta como novidade a possibilidade concreta de elegermos uma candidatura que sintetiza as demandas históricas do movimento popular da nossa cidade. A candidatura da professora Margarida Salomão vem acumulando apoios dos mais diversos segmentos do movimento social, desde o movimento de trabalhadoras(es), de mulheres, passando pelo agentes culturais, movimentos de vilas e bairros, movimento negro e outros tantos que juntos depositam suas esperanças na construção de uma Juiz de Fora a altura da dignidade do seu povo.
       Nos últimos anos a sociedade brasileira vem passando por significativas mudanças que apontam para uma nova trajetória na relação do Estado com sua população avanços estes frutos da forte presença dos movimentos sociais na disputa por uma sociedade cada vez mais democrática e socialmente referenciada. Ainda que estejamos longe de vivenciarmos hoje as conquistas que tanto almejamos não fechamos nossos olhos para os avanços alcançados.
      Resultado de importantes formulações e mobilizações do movimento negro brasileiro, nos últimos anos avançamos na  conquistas de novos direitos que reconhecem e potencializam a condição étnica do nosso povo, principalmente dos negros,negras e indígenas. Conquistas como a aprovação do estatuto da igualdade racial (mesmo com seus limites) da lei que reserva vagas para afrodescendentes nas universidades publicas assim como uma política sustentável de aumento do salário mínimo que vem repercutindo com grande impacto na classe trabalhadora, cada vez mais vem responsabilizando o Estado brasileiro com políticas que visam reparar distorções históricas.
      Entretanto Juiz de Fora não tem acompanhando essas importante transformações que hoje vive o Brasil. Nos últimos anos nos deparamos com gestões que uma após a outra evidenciaram seus compromissos com o conservadorismo, com a especulação imobiliária e rentista e que nega a participação popular na construção das políticas publicas com especial atenção para a nossa juventude. Principais vitimas da violência urbana os jovens negros estão entre aqueles/as que lideram os índices dos que vivem em famílias pobres e dos que recebem os salários mais baixos do mercado. Encabeçamos também a lista dos desempregados, dos analfabetos, dos que abandonam a escola antes do tempo e dos que têm maior defasagem escolar.
       As distâncias que separam negros de brancos, nos campos da educação, do mercado de trabalho ou da justiça, entre outros, são resultado não somente de discriminação ocorrida no passado, da herança do período escravista, mas também de um processo ativo de preconceitos e estereótipos raciais que legitimam, cotidianamente, procedimentos discriminatórios. As consequências da permanência das desigualdades raciais são dramáticas para a juventude negra.
       Quando reitora da UFJF Margarida Salomão aprovou importante política de cotas raciais/sociais que hoje respondem por uma universidade concatenada com os reais interesses do povo pobre e negro de Juiz de Fora e das cidades da região, como prefeita confiamos que sua ousadia e seu compromisso com um projeto democrático e popular de cidade irá dialogar com os interesses históricos do povo negro.
      A luta pela igualdade racial e o combate ao racismo assim como políticas públicas que visam garantir cidadania a juventude negra encontra no projeto de desenvolvimento local uma importante espaço de contribuição na implementação de estratégias alternativas de desenvolvimento.
      Políticas que potencializem as múltiplas vocações da juventude negra da nossa cidade com o objetivo de garantir autonomia economia e combater o racismo institucional, investimentos em aparelhos culturais e esportivos nas periferias da nossa cidade, implementação da lei 10.639 que versa sobre o ensino da historia da África e dos afrobrasileiros nas escolas publicas assim como a importante reorientação dos agentes de segurança no tratamento com os jovens negros, são algumas das ações que compreendemos que somente Margarida reúne as condições de realizar.
       Para a juventude negra é de grande interesse integrar este processo que não se encerra ao fim das eleições, pois compreendemos nele uma importante arena de luta pela transformação social e de articulação com outros segmentos sociais marginalizados.
        Confiamos em Margarida para juntos construirmos uma Juiz de Fora cada vez mais com a cara do seu povo.

Coletivo Nacional de Juventude - Enegrecer
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sábado, 22 de setembro de 2012

Você tem personalidade ou é apenas mais um escravo da padronização social?


Você tem personalidade ou é apenas mais um escravo da padronização social?

Deparamos-nos diariamente com pequenos fatos e situações que, se pensadas e analisadas juntas, indicam o monstruoso e angustiante ciclo pelo qual o ser humano está inserido: o da padronização.  Quando vamos a alguma loja, o vendedor numa tentativa de nos vender e garantir sua cota e comissão, utiliza do seguinte recurso, que parece infalível: - “Isso está vendendo muito!” ou “- Está todo mundo usando”. Se estiver na dúvida entre comprar ou não, ouvindo isso, você provavelmente passa o cartão e leva o produto pra casa, neh? 
Mais recentemente, li um desabafo de um amigo que foi interpretado como mesquinho ao pedir, em uma grande rede de fast food, um simples sorvete de chocolate com calda de morango. Ele não queria outro sabor, queria aquele. Entretanto, seu desejo de saborear tal iguaria foi frustrado pelas cruéis palavras da atendente: “- Senhor, esse sorvete não pode ser feito, não é um modelo padrão de nosso cardápio. Para cobertura de morango, você deve pedir a casquinha de baunilha.” Por incrível que pareça, foi lendo este drama vivido por ele, que me questionei se devemos ambicionar apenas pelo o que está ao nosso alcance e se não devemos lutar pelo o que queremos, mesmo que seja algo que faça sentido apenas para a gente.
Tem que ser isso, ter aquilo, frequentar aqui, ali... Mas e se eu não quiser me encaixar a nenhum padrão? Não estou (e nem quero!) induzir ninguém a se tornar um hipster. Até porque estes também seguem um padrão: fazem o oposto do que a sociedade atualmente faz. Se a sociedade quer ser magra, eles então viram barrigudos, se estão comprando carros, eles pedalam... E agindo de maneira oposta, eles acabam em formar um movimento padrão, sem personalidade, autenticidade e causa alguma: o do oposto.
Devemos nos lembrar que são as diferenças que nos tornam especiais. Já imaginou como seria entediante viver em uma sociedade onde todos tem o mesmo corte de cabelo, vestem as roupas de determinadas marcas e modelos ou que vão sempre aos mesmos lugares? Ah, eu já estava me esquecendo: TEM QUE SER magro e jovem acima de tudo!
O que eu quero deixar claro é que não é necessário atender as expectativas da sociedade. Você precisa seguir o que VOCE quer, sem necessariamente se preocupar com o monstro detonador de vida social chamado “aceitação”. Não quer fazer faculdade para ir desbravar o mundo estilo mochilão, vá! Quer vestir uma roupa que ninguém usa, vista! Quer falar o que ninguém tem coragem de falar, fale! Você tem o mundo e a sua vida inteira para isso! Afinal de contas, do que adianta atender as expectativas dos outros e ser infeliz consigo mesmo?
Olhe no espelho e se sinta bem consigo mesmo! Gordo ou magro, negro ou branco, malhado ou não, com rugas, cheio de estrias, cabelos brancos, rico ou pobre... Isso tudo não importa, apenas se ame do jeito que você é! Acredite, você nunca estará sozinho! Porque, por incrível que pareça, também existem pessoas que não se deixaram cair no pecado da padronização.
Aceite suas diferenças, viva bem com isso e faça com que OS OUTROS ( que querem ser iguais) aprendem a te respeitar pelo o que você é e do jeito que você quer ser. Afinal de contas, quem manda na sua vida? Quem é dono da sua felicidade? Isso mesmo caro leito, VOCE! Você é único e especial, e não deve ser tratado pelas outras pessoas, e principalmente por você mesmo, como uma pessoa comum, qualquer. Até porque, és muito mais que isso!
Se por algum momento você acreditar que não deve seguir o que você é, lembre de que se  Martin Luther King se conformasse de que os negros eram inferiores aos brancos, ou se Zumbi dos Palmares aceitasse a realidade que lhe era imposta sem reivindicar, se Santos Dumont acreditasse que nunca o homem poderia voar ou se Princesa Isabel se preocupasse com seu status social e não com o povo, dificilmente estas pessoas seriam lembradas e estudadas nos tempos de hoje, não é mesmo? Afinal de contas, eles mudaram a forma de se pensar e agir justamente pelo choque de terem escancarado ao mundo as suas diferenças e de acreditarem em seu potencial, mesmo quando tudo conspirava contra. Just think about it!
Deixo, como sugestão, uma canção que retrata muito bem essa realidade da padronização e da dificuldade de nos aceitarmos do jeito que somos. Por isso, se você já leu até aqui, não custa nada clicar no link, ouvir e enfim, ser feliz!
http://www.youtube.com/watch?v=O6WSkdHRqQs
E lembre-se: seja você!
Cris Araujo